Mudanças em um pequeno número de genes podem ser causa do câncer.
Grande parte da população está exposta a agentes cancerígenos, mas apenas uma. pequena minoria desenrolve tumores perigosos. |
O que causa o câncer? Fumar, tabaco, muitos diriam.
Provavelmente excesso de bebidas alcoólicas, de sol ou de
carnes grelhadas; infecção por papilomavírus cervical; amianto. Com certeza, todos esses fatores tem fortes ligações com o câncer. Mas eles não são sua causa. Grande parte da população está exposta a esses cancerígenos, mas apenas uma pequena minoria desenvolve tumores perigosos como consequência.
Uma causa, por definição, leva invariavelmente a seu efeito. A causa imediata do câncer deve ser alguma combinação de injúrias e acidentes que induz células normais em um corpo humano saudável a se tornarem malignas, crescendo como ervas . daninhas e se espalhando por diferentes lugares do corpo.
Nesse nível, a causa do câncer é um mistério completo.
Na verdade, cerca de uma década atras, muitos geneticistas estavam confiantes em que a ciência já encontrara a resposta: o câncer é resultado do acúmulo de mutações que alteram locais específicos do DNA em uma célula e, assim, modificam as proteínas codificadas por certos genes presentes nesses locais. As mutações afetam dois tipos de genes relacionados com o câncer. Os primeiros são chamados supressores de tumores. Eles normalmente freiam a capacidade das células de se dividir, e mutações que os danificam permanentemente fazem as células se multiplicar sem controle. Os do segundo tipo, conhecidos como oncogenes, estimulam o crescimento - em outras palavras, a divisão celular. Mutações nos oncogenes fazem com que des permaneçam sempre ativos, estimulando continuamente as células a se dividir.
Ninguém questiona que o câncer é, em última análise, uma doença do DNA
Alguns pesquisadores ainda acham que mudanças em um pequeno número de genes relacionados com o câncer são o evento inicial e a causa primária de todo câncer humano.
Outros, entretanto, inclusive alguns renomados oncologistas. começam a duvidar dessa hipótese. Ninguém questiona que o câncer e,
em última análise, uma doença do DNA. Mas à medida que investigam os tumores em suas fases iniciais, os biólogos tem descoberto muitas outras anormalidades em células ainda não cancerosas, mas já a caminho de se tornarem malignas. Cromossomos completos, com mil ou mais genes, são com frequência perdidos ou duplicados inteiramente. Pedaços de cromossomos são com frequência. misturados, truncados ou fundidos entre si. Incorporação de moléculas de certas substâncias ao DNA ou as histonas sobre as quais ele se enrola, algumas vezes silenciam _ genes importantes, mas de um modo reversível muito diferente da mutação.
As evidências acumuladas geraram algumas hipóteses que competem com o dogma padrão para explicar quais mudanças acontecem primeiro e quais transformações são mais importantes·na dezena de anos necessários para transtornar uma célula e suas descendentes de um tecido bem-comportado em tumores invasivos. Essas hipóteses contestam a ideia de que a doença . seja um produto de uma situação genética bem definida. Elas propõem que é mais produtivo pensar no câncer como consequência de um processo caótico, uma combinação da Lei de Murphy e da Lei de Darwin:se algo pode dar errado, certamente dará, e em um ambiente competitivo, o mais bem adaptado
sobreviverá e prosperará.
Muitos tipos de câncer poderiam ser prevenidos por exames eficientes
Apesar de compartilharem esse mesmo princípio básico, as novas teorias fazem predições diferentes sobre que tipo de tratamento seria o mais indicado. Algumas sugerem que muitos tipos de câncer poderiam ser prevenidos por exames mais eficientes, por mudanças na dieta e por novos medicamentos - ou mesmo por medicamentos antigos como a aspirina. Outras hipóteses lançam dúvidas sobre essas esperanças.
Durante a vida de um animal as divisões celulares são rigorosamente controladas, de modo a garantir o bom funcionamento do organismo. Ao longo do desenvolvimento embrionário e das fases jovens da vida, as divisões celulares devem sobrepujar a morte das células, para que os diversos órgãos se formem e cresçam ate atingir seu tamanho definitivo. Na fase adulta, o ritmo das divisões celulares diminui, passando a ocorrer apenas quando há necessidade de repor as células que morrem naturalmente ou em consequência de acidentes.
Entretanto, podem ocorrer alterações genéticas que danificam o sistema de controle da divisão celular, levando a célula a crescer e se multiplicar sem necessidade. Caso essa tendência de multiplicação incontrolada seja transmitida às células-filhas, surgirá um clone de células com propensão a se expandir indefinidamente: um tumor.
Se um tumor e constituído por células que ficam restritas ao local onde surgiram, geralmente ele não causa maiores problemas ao organismo, sendo, por isso, denominado tumor benigno. Alguns tipos de tumor, no entanto, possuem células capazes de migrar e invadir os tecidos vizinhas, podendo atingir, por meio da circulação sanguínea e linfática, diversas regiões do corpo, onde originam novos tumores. Esse tipo de tumor, denominado tumor maligno, ou câncer, e bastante prejudicial ao organismo e, se não for combatido adequadamente pode provocar a morte do portador. As células tumorais malignas se espalham e se estabelecem em outras áreas do corpo, formando novos tumores, num processo denominado metástase.
Os citologistas costumam classificar os tumores malignos em dois grandes grupos: sarcomas e carcinomas. Sarcomas são tumores provenientes de células originadas do mesoderma do embrião, enquanto carcinomas provêm de células originadas do ectoderma ou do endoderma embrionários. A leucemia é um tipo especial de sarcoma, que atinge os glóbulos brancos do sangue.
Com exceção da leucemia, em que as células estão livres no sangue, os tumores são estruturas sólidas. Um tumor pode crescer ate atingir cerca de
1 milhão de células, produzindo uma estrutura mais ou menos esférica com cerca de 2 milímetros de diâmetro. Nesse ponto as células mais internas do tumor começam a ter um problema de nutrição, pois os nutrientes trazidos .pelo sangue não conseguem chegar até elas. O esperado seria que essas células morressem e o tumor deixasse de crescer. ' Entretanto, a maioria dos tumores tem a capacidade de induzir a angiogênese, que e a formação de novos vasos sanguíneos. A descoberta de substâncias que bloqueiam a angiogênese tem sido,. motivo de otimismo entre os médicos, pois pode levar ao desenvolvimento de novos agentes terapêuticos para o combate ao câncer.
A transformações de uma célula normal em uma célula tumoral pode ocorrer devido a diversos tipos de alterações genéticas: mutações gênicas, perdas e duplicações de cromossomos (inteiros ou pedaços) quebras cromossômicas etc. Como diz o " pesquisador William C. Hahn (citado por W. Wayt Gibba em Scientific American , vol. 289, n. 1, 2003, p. 50), "se olharmos a maioria dos tumores sólidos em adultos, parece que alguém fez uma bomba explodir no núcleo das células' . A teoria mais conservadora para a origem do câncer admite que para uma célula tornar-se maligna são necessárias de 3 a 20 mutações, dependendo do tipo de câncer, em uma sequência definida. Essas alterações ocorrem em duas classes principais de genes, denominados respectivamente: genes supressores de tumor e oncogenes. Os primeiros produzem proteínas, como a p53 mencionada anteriormente, que impedem progressão do ciclo celular quando há problemas. As oncogenes estimulam as divisões celulares. Mutações nos genes supressores de tumor podem permitir que células alteradas se reproduzam. Modificações nos oncogenes podem fazer com que as células se dividam indefinidamente. I
certos tipos de câncer. (Fig. 8.14)
A. Representação esquemática de uma célula tumoral em tecido epitelial e seu desenvolvimento,em um tumor maligno. O tumor estimula a angiogênese e libera células invasivas na da circulação sanguínea.
B. Gráfico que mostra a incidência de diversos tipos de cânceres humanos em função da idade. Note que as taxas de incidência assim como as idades estão expressas em escala Iogarítmica ; isso e necessária para que se possa representar o aumento drástico da incidência de câncer com o avanço da idade; por exemplo a taxa de incidência do câncer de próstata e 500 vezes maior em pessoas com 80 anos do que em pessoas com 45 anos de idade. (Fonte: Volgeistein, B. e Kinzler. K .. 1993)
ATIVIDADE 1
2-INTERPRETAÇÃO DO TEXTO:
QUESTÕES PARA AUXÍLIO
1- Com base no texto o que causa o câncer?
2- O câncer é resultado do que?
3- Com exceção de que tipo de câncer os tumores são estruturas sólidas?
4- Cite quais são as alterações genéticas que transformam uma célula normal em uma célula tumoral.
5- O que os oncogenes estimulam?
6- Explique sarcomas e caranomas.
7- As mutações afetam que tipos de genes relacionados com o câncer?
ATIVIDADE 1
1-LEIA O TEXTO RETIRE AS PALAVRAS DESCONHECIDAS
COPIE NO WORD E MONTE UM GLOSSÁRIO, PESQUISANDO OS SIGNIFICADOS E ORGANIZANDO-OS EM ORDEM ALFABÉTICA.
2-INTERPRETAÇÃO DO TEXTO:
QUESTÕES PARA AUXÍLIO
1- Com base no texto o que causa o câncer?
2- O câncer é resultado do que?
3- Com exceção de que tipo de câncer os tumores são estruturas sólidas?
4- Cite quais são as alterações genéticas que transformam uma célula normal em uma célula tumoral.
5- O que os oncogenes estimulam?
6- Explique sarcomas e caranomas.
7- As mutações afetam que tipos de genes relacionados com o câncer?